quinta-feira, 19 de maio de 2016

EEF ADOLPHO EWALD PARTICIPA DA CAMINHADA DE COMBATE AO ABUSO E A EXPLORAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Na manhã da quarta-feira, 18 de maio, aconteceu na cidade de Taió a 1ª Caminhada pelo Combate ao abuso e a exploração sexual contra crianças e adolescentes, promovida pela Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Assistência Social e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, com o objetivo de mobilizar, sensibilizar, informar e convocar a sociedade em geral para se conscientizar com esta importante questão. Participaram da mobilização em defesa dos direitos infanto-juvenis alunos das redes particular e pública, professores, pais, funcionários da Secretária de Saúde e de Assistência Social, representantes do Poder Executivo e Legislativo, bem como membros da sociedade civil.
A diretora da Assistência Social Daiana De Moraes Deeke conta um pouco sobre o dia 18 de maio: “É um dia especial, mas todos os dias são dias de combate e prevenção. Procuramos conscientizar e divulgar sobre a violência que crianças e adolescentes sofrem. A logomarca da campanha é uma flor, e ela tornou-se o símbolo do enfrentamento à violência sexual infanto-juvenil. E trazer as crianças para a rua hoje com seus brinquedos é uma forma de mostrar que precisam e devem brincar.
Já a Presidente da CMDCA, Indianara Seman, comenta que “é apenas um dia simbólico para que se dê visibilidade e importância aos direitos das crianças e adolescentes e alerte às famílias e população taioense em geral sobre os abusos e violência que muitos sofrem diariamente. Ainda não temos os índices, mas conhecemos inúmeros casos e isso nos preocupa! A campanha se chama ‘Faça bonito’. Então, é legal fazer bonito, é legal proteger.”
O sociólogo e educador Guilherme Cechelero, comenta que esse é “um evento que reflete sobre a questão da violência e do abuso com o público infanto-juvenil, e vai muito além da caminhada que é apenas uma simbologia, pois a violência e o abuso são camuflados e ocorrem, muitas vezes, dentro de casa, na própria família. Isso é um assunto importante e que merece todo o cuidado e atenção: a maioria dos abusadores não são pessoas de fora, mas sim familiares e amigos próximos. Portanto, ficar alerta aos sinais que as crianças e os adolescentes apresentam é fundamental. Esse momento é importante para que pensemos em políticas públicas e governamentais que combatam e inclusive previnam esses atos contra as crianças e adolescentes, que não a nossa preciosidade.”
O prefeito Hugo Lembeck comentou que “essa iniciativa é permanente, que chamar a atenção da comunidade e mostrar que não é responsabilidade exclusiva do Poder Público, nem do Ministério Público, nem do Conselho Tutelar e nem das escolas, que esta é uma responsabilidade de todos, mas principalmente da família, visto que essas situações ocorrem geralmente, não aos olhos de todos, mas dentro da família, de forma velada. E pode ocorrer em qualquer família, inclusive nas melhores e mais estruturadas. Precisamos proteger nossas crianças e adolescentes e garantir que todos possam crescer saudáveis, tanto física quanto psicologicamente.”
A professora Anelise Kleine, professora, vê a iniciativa “como algo de suma importância, visto que envolve Poder Público, escolas e famílias de modo geral e os convida a participar de uma conscientização para que se protejam os direitos das crianças e adolescentes, principalmente no âmbito sexual. Sabemos  que sofrem muito descaso, abandono, intolerância, abusos e até exploração por parte de colegas e de familiares. Vale a pena participar e divulgar essa campanha!”
O promotor Leandro Garcia Machado, que panfletou e realizou a caminhada também, comenta que “essa ação é importante para chamar a atenção para o abuso sexual contra crianças e adolescentes, que muitas vezes acontece no seio da própria família. É um crime gravíssimo e que deixa danos permanentes, tanto no aspecto físico, quanto no psicológico das crianças e adolescentes. É uma caminhada simbólica para que se mostre que a violência sexual pode estar em lugares que não se imagina e que é importante orientar os filhos e escutá-los.”
Marliza Martins, mãe e vereadora, vê como positiva a ação. Comenta que “recentemente o Promotor Leandro esteve na Câmara conversando conosco e nos contou, alarmado, dos fatos que vem ocorrendo aqui na cidade de Taió. Vemos nossas crianças e adolescentes perdidos, desestruturados, envolvidos com drogas, com bebidas, sem perspectiva de futuro. Pena que poucos pais puderam participar desse ato. Não só alunos deveriam estar aqui, mas as famílias inteiras, de mãos dadas, unidas, lutando contra a violência e exploração sexual. Muitos pais ainda delegam a função de educar seus próprios filhos a outras pessoas e instituições. Sabemos que por causa da rotina de trabalho corrida (onde se batalha para dar uma vida melhor para a família), se acaba por não ter tempo para os filhos. Peço que cada um dê atenção aos filhos, que converse, ouça, abrace, opine, ensine, se importe, dê atenção e mostre o quão importante eles são. Com certeza isso fará a diferença!”
O assistente social André Fritze comentou que “é necessário que conscientizemos toda a população taioense para que se protejam as crianças e adolescentes. Precisamos de todos envolvidos em prol dos mesmos, protegendo e cuidando do bem-estar e saúde deles. Contamos com o apoio do Conselho Tutelar, de toda a Rede de Assistência Social, juntamente com as escolas municipais e estaduais que se engajam nas causas de cuidado e apoio ao nosso público infanto-juvenil.”
As alunas do 9º ano da EEF Adolpho Ewald, Emili Spredemann e Maria Eduarda Juncek, que participaram da caminhada, entrevistaram pessoas e fotografaram o evento comentam que “muitas pessoas pensam que este é um assunto que só acontece em grandes cidades ou na TV e em filmes, pois acreditam que por Taió ser uma cidade pequena, ninguém é abusado ou explorado sexualmente. Pesquisamos muito sobre isso e vimos que os dados são alarmantes, ainda mais com as redes sociais e o acesso limitado das crianças e jovens sem a supervisão dos pais. Como o palestrante Guilherme comentou, nós que somos adolescentes precisamos ser pró-ativos e usar os meios de comunicação para fazer coisas bacanas e sermos protagonistas da nossa própria história.”

(Texto e imagens: Emili Spredemann, Maria Eduarda Juncek e Professora Cleide Tamanini Bogo)
 


















SAIBA MAIS
Com o objetivo de mobilizar a sociedade brasileira e convocá-la para o engajamento contra a violação dos direitos sexuais de crianças e adolescentes, o dia 18 de maio foi estabelecido como o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”.
No ano de 2015 foram registradas 29.843 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. Desses casos, 21.921 foram de abuso e 7.922 de exploração sexual infantil.  Esses dados revelam que a maioria das vítimas de violência sexual são do sexo feminino, representando 78% das  denúncias registradas. Essas informações foram divulgadas pelo Disque Direitos Humanos e evidenciam como é importante combater essa realidade. E maio é o mês dessa luta. 

Por que 18 de maio?
Neste dia, em 1973, uma menina de 8 anos, de Vitória (ES), foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada. Seu corpo apareceu seis dias depois, carbonizado e os seus agressores nunca foram punidos.  Com a repercussão do caso, e forte mobilização do movimento em defesa dos direitos das crianças e adolescentes, 18 de maio foi instituído como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data foi instituída pela Lei 9.970, de 17 de maio de 2000. Desde então, esse se tornou o dia para que a população brasileira se una e se manifeste contra esse tipo de violência. 

O que é violência sexual?
É a situação em que a criança ou o adolescente é usado para o prazer sexual de uma pessoa mais velha. Ou seja, qualquer ação de interesse sexual, consumado ou não. É uma violação dos direitos sexuais das crianças e adolescentes, porque abusa ou explora do corpo e da sexualidade, seja pela força ou outra forma de coerção, ao envolver crianças e adolescentes em atividades sexuais impróprias à sua idade, ou ao seu desenvolvimento físico, psicológico e social. 

Abuso X Exploração
A violência sexual pode ocorrer de duas formas distintas. Abuso sexual é qualquer forma de contato e interação sexual entre um adulto e uma criança ou adolescente, em que o adulto, que possui uma posição de autoridade ou poder, utiliza-se dessa condição para sua própria estimulação sexual, da criança ou adolescente, ou ainda de terceiros, podendo ocorrer com ou sem contato físico. 
Já a exploração se caracteriza pela utilização sexual de crianças e adolescentes com a intenção de lucro, seja financeiro ou de qualquer outra espécie. São quatro formas em que ocorre a exploração sexual: em redes de prostituição, pornografia, redes de tráfico e turismo sexual. 

Prevenção
A melhor maneira de se combater a violência sexual contra crianças e adolescentes é a prevenção. É necessário um trabalho informativo junto aos pais e responsáveis, a sensibilização da população em geral, e dos profissionais das áreas de educação e jurídica, com a identificação de crianças e adolescentes em situação de risco, e o acompanhamento da vítima e do agressor. 

Denuncie
Além da prevenção, o combate a essa realidade exige que os casos sejam denunciados. Portanto, se souber de algum caso de violência sexual infantil, procure o conselho tutelar, delegacias especializadas, polícias militar, federal ou rodoviária e ligue para o Disque Denúncia Nacional, de número 100. Você pode agir. Proteja nossas crianças e adolescentes. Faça bonito e disque 100.



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