No dia de hoje, 27
de novembro, as professoras e
direção da EEF Adolpho Ewald e CEI Pingo de Ouro, localizados na comunidade
rural de Ribeirão Pinheiro/Taió, participaram do I Seminário Regional Sobre Autismo, promovido pela
Prefeitura Municipal de Taió, por meio da Secretaria da Saúde, em parceria com
a Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí – AMAVI, Núcleo de Apoio à
Saúde da Família – NASF, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE
e Secretaria de Assistência Social, intitulado “Desafio e Perspectivas”, com o objetivo de esclarecer e
conscientizar, proporcionando o acesso à informação sobre o benefício do
diagnóstico e tratamento precoces.
O seminário
teve início às 07h30min com credenciamento e degustação de café da manhã
especial e abertura do ciclo de palestras às 08h00min. Quem iniciou a formação
foi o neuropediatra Kligiel Vatuttim B. da Rosa, com o tema ‘Autismo: diagnóstico e manejo farmacológico’. Na sequência, a
fonoaudióloga Ana Paula Pamplona da Silva Müller explanou sobre ‘O tratamento no TEA (Transtorno do Espectro Autista): o
trabalho da terapia, família e escola’. Depois da pausa do almoço, o pedagogo e fonoaudiólogo Rodrigo
Marcellino de França palestrou sobre a ‘Inclusão:
Flexibilização e adaptação curricular’ e quem encerrou a tarde proveitosa de aprendizado foi a pedagoga
e psicóloga Briane Murari Santos Tontini que falou sobre ‘Comportamento e sexualidade do adolescente com TEA e seu manejo
comportamental’. O evento contou com a participação de profissionais das
cidades pertencentes a AMAVI, bem como das cidades de Lages, Pomerode e
Balneário Piçarras.
Segundo a
fonoaudióloga Cinthia Cristina Eble Keske, a ideia inicial era unir os grupos
de pais e professores de alunos autistas para um encontro municipal, para troca
de experiências, vivências e discussão sobre a inclusão. Resolveu-se então
convidar pessoas das cidades próximas, onde a AMAVI propôs suporte para um
encontro com a participação do Alto Vale e até de outros municípios para essa
capacitação. Ela destaca que ‘esse evento foi
importante para desmistificar o autismo para pais, professores, médicos e
demais profissionais da saúde, assistência social, acadêmicos, APAE e
comunidade em geral, proporcionando principalmente qualidade de vida ao
autista, para que o mesmo não receba rótulos, pois quando se diagnostica e se
sabe como lidar, todos ganham nessa relação. ’
Já a fonoaudióloga
Ana Paula Pamplona da Silva Müller frisou que ‘a iniciativa para a realização desse seminário vem em
consonância com a lei da inclusão, visto que o índice de autismo assusta (uma
em cada 68 crianças possui autismo), pois é quase que epidêmico, porquanto
acomete mais que diabetes, hipertensão arterial e HIV juntos, sem falar nos
subdiagnósticos e diagnósticos errôneos, que atrasam a vida do autista. A
participação de todos é importante, principalmente dos profissionais da
educação que colaboram para realizar demanda precoce e encaminhar para atendimento
especializado. A maior dificuldade ainda é o despreparo’.
Rodrigo Marcellino
de França, pedagogo e fonoaudiólogo com 27 anos de experiência, disse que ‘não há que se perguntar se a inclusão é benéfica ou maléfica,
há que se pensar que inclusão é um processo de ser, de estar, de permanecer com
o outro, é receber alguém e fazer deste alguém parte importante de tudo aquilo
que ocorre em uma determinada comunidade’.
A responsável pelo
Núcleo de Orientação de Pessoas com Necessidades Especiais – NOPNE, da UNIDAVI,
Marizete Serafim Hoffmann relembrou o exercício de empatia: ‘Temos muitos desafios pela frente e o primeiro deles é
desenvolver habilidade de empatia, não e necessário que tenhamos uma
deficiência para enxergar as necessidades do outro’.
A professora Maria
Madalena Gramkow, professora do 4º ano da EEF Adolpho Ewald relatou que a
promoção de esclarecimentos é sempre bem-vinda e colabora com a obtenção do
sucesso escolar: ‘Participar de
capacitação sobre o autismo foi esclarecedor e aproximou o TEA do contexto
escolar, nos fazendo olhar esse distúrbio por outros pontos de vista e, por
conseguinte, flexibilizando e adaptando o nosso planejamento, tornando-o
inclusivo. Posso afirmar que foi um dia de aprendizado!’.
A diretora da EEF
Adolpho Ewald, Edite Vavassori Fantan comentou sobre a importância da
atualização e capacitação dos professores de sua equipe: ‘É importante que tenhamos esclarecimentos sobre essa questão
tão desafiadora, visto que quanto maior o nosso conhecimento, melhor e
mais preparado será o atendimento aos nossos alunos’.
Parabenizamos aos
envolvidos pela iniciativa e organização do evento. Sempre é uma lisonja
participar de momentos como esse, tão bem elaborado e coordenado.
SAIBA MAIS
A partir do
último Manual de Saúde Mental – DSM-5,
que é um guia de classificação diagnóstica, todos os distúrbios do autismo,
incluindo o transtorno autista, transtorno desintegrativo da infância,
transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado (PDD-NOS) e
Síndrome de Asperger, fundiram-se em um único diagnóstico chamado Transtornos do Espectro Autista – TEA.
O TEA é uma condição geral para um
grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou
logo após o nascimento. Esses distúrbios se caracterizam pela dificuldade na
comunicação social e comportamentos repetitivos. Embora todas as pessoas
com TEA partilhem
essas dificuldades, o seu estado irá afetá-las com intensidades diferentes.
Assim, essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para
todos; ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do
desenvolvimento.
O TEA pode ser associado com
deficiência intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e, às
vezes, as pessoas com autismo têm problemas de saúde física, tais como sono e
distúrbios gastrointestinais e podem apresentar outras condições como síndrome
de déficit de atenção e hiperatividade, dislexia ou dispraxia. Na adolescência
podem desenvolver ansiedade e depressão.
Algumas pessoas
com TEA podem ter
dificuldades de aprendizagem em diversos estágios da vida, desde estudar na
escola, até aprender atividades da vida diária, como, por exemplo, tomar banho
ou preparar a própria refeição. Algumas poderão levar uma vida relativamente
“normal”, enquanto outras poderão precisar de apoio especializado ao longo de
toda a vida.
O autismo é uma
condição permanente, a criança nasce com autismo e torna-se um adulto com
autismo. Assim como qualquer ser humano, cada pessoa com autismo é única e
todas podem aprender.
As pessoas com
autismo podem ter alguma forma de sensibilidade sensorial. Isto pode ocorrer em
um ou em mais dos cinco sentidos – visão, audição, olfato, tato e paladar – que
podem ser mais ou menos intensificados. Por exemplo, uma pessoa com autismo
pode achar determinados sons de fundo, que outras pessoas ignorariam,
insuportavelmente barulhentos. Isto pode causar ansiedade ou mesmo dor física.
Alguns indivíduos
que são subsensíveis podem não sentir dor ou temperaturas extremas. Algumas
podem balançar rodar ou agitar as mãos para criar sensação, ou para ajudar com
o balanço e postura ou para lidar com o stress ou ainda, para demonstrar
alegria.
As pessoas com
sensibilidade sensorial podem ter mais dificuldade no conhecimento adequado de
seu próprio corpo. Consciência corporal é a forma como o corpo se comunica
consigo mesmo ou com o meio. Um bom desenvolvimento do esquema corporal
pressupõe uma boa evolução da motricidade, das percepções espaciais e
temporais, e da afetividade.
As pessoas
com TEA podem se
destacar em habilidades visuais, música, arte e matemática.
Ainda:
·A maioria das
pessoas com autismo é boa em aprender visualmente;
·Algumas pessoas
com autismo são muito atentas aos detalhes e à exatidão;
·Geralmente possuem
capacidade de memória muito acima da média;
·É provável que as
informações, rotinas ou processos uma vez aprendidos, sejam retidos;
·Algumas pessoas
conseguem concentrar-se na sua área de interesse especifico durante muito tempo
e podem optar por estudar ou trabalhar em áreas afins;
·A paixão pela
rotina pode ser fator favorável na execução de um trabalho;
·Indivíduos com
autismo são funcionários leais e de confiança.
(Retirado de http://autismoerealidade.org/informe-se/sobre-o-autismo/o-que-e-autismo/)
Veja também em http://www.educadora.am.br/noticia/professoras-e-direcao-da-eef-adolpho-ewald-e-cei-pingo-de-ouro-participam-de-seminario-regional-sobre-autismo/ e http://www.radio1047.fm.br/professoras-e-direcao-da-eef-adolpho-ewald-e-cei-pingo-de-ouro-participam-de-seminario-regional-sobre-autismo/
Veja também em http://www.educadora.am.br/noticia/professoras-e-direcao-da-eef-adolpho-ewald-e-cei-pingo-de-ouro-participam-de-seminario-regional-sobre-autismo/ e http://www.radio1047.fm.br/professoras-e-direcao-da-eef-adolpho-ewald-e-cei-pingo-de-ouro-participam-de-seminario-regional-sobre-autismo/