sexta-feira, 27 de novembro de 2015

PROFESSORAS E DIREÇÃO DA EEF ADOLPHO EWALD E CEI PINGO DE OURO PARTICIPAM DE SEMINÁRIO REGIONAL SOBRE AUTISMO

No dia de hoje, 27 de novembro, as professoras e direção da EEF Adolpho Ewald e CEI Pingo de Ouro, localizados na comunidade rural de Ribeirão Pinheiro/Taió, participaram do I Seminário Regional Sobre Autismo, promovido pela Prefeitura Municipal de Taió, por meio da Secretaria da Saúde, em parceria com a Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí – AMAVI, Núcleo de Apoio à Saúde da Família – NASF, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE e Secretaria de Assistência Social,  intitulado “Desafio e Perspectivas”, com o objetivo de esclarecer e conscientizar, proporcionando o acesso à informação sobre o benefício do diagnóstico e tratamento precoces.
 O seminário teve início às 07h30min com credenciamento e degustação de café da manhã especial e abertura do ciclo de palestras às 08h00min. Quem iniciou a formação foi o neuropediatra Kligiel Vatuttim B. da Rosa, com o tema ‘Autismo: diagnóstico e manejo farmacológico’. Na sequência, a fonoaudióloga Ana Paula Pamplona da Silva Müller explanou sobre ‘O tratamento no TEA (Transtorno do Espectro Autista): o trabalho da terapia, família e escola’. Depois da pausa do almoço, o pedagogo e fonoaudiólogo Rodrigo Marcellino de França palestrou sobre a ‘Inclusão: Flexibilização e adaptação curricular’ e quem encerrou a tarde proveitosa de aprendizado foi a pedagoga e psicóloga Briane Murari Santos Tontini que falou sobre ‘Comportamento e sexualidade do adolescente com TEA e seu manejo comportamental’. O evento contou com a participação de profissionais das cidades pertencentes a AMAVI, bem como das cidades de Lages, Pomerode e Balneário Piçarras.
Segundo a fonoaudióloga Cinthia Cristina Eble Keske, a ideia inicial era unir os grupos de pais e professores de alunos autistas para um encontro municipal, para troca de experiências, vivências e discussão sobre a inclusão. Resolveu-se então convidar pessoas das cidades próximas, onde a AMAVI propôs suporte para um encontro com a participação do Alto Vale e até de outros municípios para essa capacitação. Ela destaca que ‘esse evento foi importante para desmistificar o autismo para pais, professores, médicos e demais profissionais da saúde, assistência social, acadêmicos, APAE e comunidade em geral, proporcionando principalmente qualidade de vida ao autista, para que o mesmo não receba rótulos, pois quando se diagnostica e se sabe como lidar, todos ganham nessa relação. ’
Já a fonoaudióloga Ana Paula Pamplona da Silva Müller frisou que ‘a iniciativa para a realização desse seminário vem em consonância com a lei da inclusão, visto que o índice de autismo assusta (uma em cada 68 crianças possui autismo), pois é quase que epidêmico, porquanto acomete mais que diabetes, hipertensão arterial e HIV juntos, sem falar nos subdiagnósticos e diagnósticos errôneos, que atrasam a vida do autista. A participação de todos é importante, principalmente dos profissionais da educação que colaboram para realizar demanda precoce e encaminhar para atendimento especializado. A maior dificuldade ainda é o despreparo’.
Rodrigo Marcellino de França, pedagogo e fonoaudiólogo com 27 anos de experiência, disse que ‘não há que se perguntar se a inclusão é benéfica ou maléfica, há que se pensar que inclusão é um processo de ser, de estar, de permanecer com o outro, é receber alguém e fazer deste alguém parte importante de tudo aquilo que ocorre em uma determinada comunidade’.
A responsável pelo Núcleo de Orientação de Pessoas com Necessidades Especiais – NOPNE, da UNIDAVI, Marizete Serafim Hoffmann relembrou o exercício de empatia: ‘Temos muitos desafios pela frente e o primeiro deles é desenvolver habilidade de empatia, não e necessário que tenhamos uma deficiência para enxergar as necessidades do outro’.
A professora Maria Madalena Gramkow, professora do 4º ano da EEF Adolpho Ewald relatou que a promoção de esclarecimentos é sempre bem-vinda e colabora com a obtenção do sucesso escolar: ‘Participar de capacitação sobre o autismo foi esclarecedor e aproximou o TEA do contexto escolar, nos fazendo olhar esse distúrbio por outros pontos de vista e, por conseguinte, flexibilizando e adaptando o nosso planejamento, tornando-o inclusivo. Posso afirmar que foi um dia de aprendizado!’.
A diretora da EEF Adolpho Ewald, Edite Vavassori Fantan comentou sobre a importância da atualização e capacitação dos professores de sua equipe: ‘É importante que tenhamos esclarecimentos sobre essa questão tão desafiadora,  visto que quanto maior o nosso conhecimento, melhor e mais preparado será o atendimento aos nossos alunos’.
Parabenizamos aos envolvidos pela iniciativa e organização do evento. Sempre é uma lisonja participar de momentos como esse, tão bem elaborado e coordenado.

SAIBA MAIS

A partir do último Manual de Saúde Mental – DSM-5, que é um guia de classificação diagnóstica, todos os distúrbios do autismo, incluindo o transtorno autista, transtorno desintegrativo da infância, transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado (PDD-NOS) e Síndrome de Asperger, fundiram-se em um único diagnóstico chamado Transtornos do Espectro Autista – TEA.
O TEA é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento. Esses distúrbios se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos. Embora todas as pessoas com TEA partilhem essas dificuldades, o seu estado irá afetá-las com intensidades diferentes. Assim, essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos; ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do desenvolvimento.
O TEA pode ser associado com deficiência intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e, às vezes, as pessoas com autismo têm problemas de saúde física, tais como sono e distúrbios gastrointestinais e podem apresentar outras condições como síndrome de déficit de atenção e hiperatividade, dislexia ou dispraxia. Na adolescência podem desenvolver ansiedade e depressão.
Algumas pessoas com TEA podem ter dificuldades de aprendizagem em diversos estágios da vida, desde estudar na escola, até aprender atividades da vida diária, como, por exemplo, tomar banho ou preparar a própria refeição. Algumas poderão levar uma vida relativamente “normal”, enquanto outras poderão precisar de apoio especializado ao longo de toda a vida.
O autismo é uma condição permanente, a criança nasce com autismo e torna-se um adulto com autismo. Assim como qualquer ser humano, cada pessoa com autismo é única e todas podem aprender.
As pessoas com autismo podem ter alguma forma de sensibilidade sensorial. Isto pode ocorrer em um ou em mais dos cinco sentidos – visão, audição, olfato, tato e paladar – que podem ser mais ou menos intensificados. Por exemplo, uma pessoa com autismo pode achar determinados sons de fundo, que outras pessoas ignorariam, insuportavelmente barulhentos. Isto pode causar ansiedade ou mesmo dor física.
Alguns indivíduos que são subsensíveis podem não sentir dor ou temperaturas extremas. Algumas podem balançar rodar ou agitar as mãos para criar sensação, ou para ajudar com o balanço e postura ou para lidar com o stress ou ainda, para demonstrar alegria.
As pessoas com sensibilidade sensorial podem ter mais dificuldade no conhecimento adequado de seu próprio corpo. Consciência corporal é a forma como o corpo se comunica consigo mesmo ou com o meio. Um bom desenvolvimento do esquema corporal pressupõe uma boa evolução da motricidade, das percepções espaciais e temporais, e da afetividade.
As pessoas com TEA podem se destacar em habilidades visuais, música, arte e matemática.
Ainda:
·A maioria das pessoas com autismo é boa em aprender visualmente;
·Algumas pessoas com autismo são muito atentas aos detalhes e à exatidão;
·Geralmente possuem capacidade de memória muito acima da média;
·É provável que as informações, rotinas ou processos uma vez aprendidos, sejam retidos;
·Algumas pessoas conseguem concentrar-se na sua área de interesse especifico durante muito tempo e podem optar por estudar ou trabalhar em áreas afins;
·A paixão pela rotina pode ser fator favorável na execução de um trabalho;
·Indivíduos com autismo são funcionários leais e de confiança.





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